Contrariando a orientação da direção nacional do PT de não antecipar o calendário eleitoral estadual, o ministro da Justiça, Tarso Genro, (Justiça) foi indicado, neste domingo, como pré-candidato do partido ao governo do Rio Grande do Sul.
O encontro estadual, realizado em Porto Alegre, também aprovou uma tática eleitoral que exclui o PMDB, partido que vem sendo cortejado como parceiro prioritário na disputa à sucessão presidencial, do arco de alianças regional.
"O calendário foi feito pela direção regional a partir da experiência de que a demora na escolha do candidato dificulta a composição das alianças", disse o ministro a jornalistas.
Para Tarso, a definição de sua pré-candidatura e a decisão de não procurar o PMDB para uma composição local não trarão prejuízos à candidatura da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) à Presidência da República. Na sua opinião, a existência de prováveis palanques distintos não prejudicaria a campanha presidencial no Estado.
"Já ocorreu com Lula. Não temos nenhuma objeção a qualquer partido que queira aderir à candidatura de Dilma, mas o palanque do PT aqui é de esquerda e conversa com o centro."
Segundo Tarso, o PMDB é um partido irregular no Brasil e seria um "desrespeito chamá-lo" para a composição local, já que teria um projeto de candidatura presidência própria e estaria envolvido no cerne do governo Yeda Crusius (PSDB).
Disputa interna
O ministro concorria com outros dois candidatos e, segundo estimativas não oficiais, teria o apoio de cerca de 70 % dos 1,4 mil delegados eleitos em encontros municipais. Acabou sendo aclamado como candidato de consenso a partir de uma negociação que envolvia justamente a política de alianças regional.
Tarso vinha defendendo publicamente a manutenção da base aliada do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva incluindo PP e PTB, desde que os dois partidos rompessem com a administração estadual da tucana Yeda Crusius.
A proposta encontrou forte resistência entre os apoiadores de sua pré-candidatura e o PP ficou fora da resolução aprovada pelo encontro.
Pela decisão dos delegados, os parceiros preferenciais continuam sendo os partidos que integram a antiga Frente Popular (PCdoB e PSB) e o PDT deve ser procurado para integrar a chapa, com o direito de indicar o candidato a vice-governador.
Em relação ao PTB, partido que conta com o expressivo desempenho eleitoral do senador Sérgio Zambiazi (PTB/RS), a saída do governo Yeda Crusius será mantida como condição para uma possível negociação.
A oficialização dos candidatos às eleições estaduais deve ocorrer em 2010 e Tarso ainda não tem data para abandonar o Ministério da Justiça.
Fonte: Reuters