“Hoje é dia do trabalhador
Que conquistou o seu lugar
E vai nossa vila, fazendo história
Pra luta do povo eternizar.”
Tive o prazer de assistir, pela primeira vez, o ensaio de uma escola de samba aqui no Rio. Foi o ensaio do G.R.E.S. Unidos da Vila Isabel no dia 31 de janeiro. Agradeço aos amigos Adeílson e Vinícius pelo convite. O tema deste ano é uma homenagem aos trabalhadores.
No início dos anos sessenta, forças intersindicais reivindicaram melhoria das condições de trabalho. Esse movimento conquistou o 13º salário para os trabalhadores urbanos. Era também o tempo das reformas de base. E, os trabalhadores rurais exigiam reforma agrária. Com a aprovação do Estatuto do Trabalhador Rural, muitas ligas camponesas se transformaram em sindicatos rurais.
Em 1964, deu-se início aos “anos de chumbo”. Os trabalhadores ainda assim lutaram por melhores condições salariais e pela liberdade de expressão. Maior exemplo dessa rebeldia foi a greve operária do ABCD paulista no ano de 1978. Os metalúrgicos se rebelam, e cruzam os braços. Sua luta abre caminho para a redemocratização do país.
A escola homenageia o grande protagonista dessa história feita de lutas e conquistas, história que tem um começo, mas que certamente não tem um fim, já que as lutas continuam. O Brasil conquista seu espaço no mercado internacional, fruto do trabalho de homens e mulheres, que com sua dedicação e determinação, constroem esse imenso país.
O trabalhador brasileiro será visto no enredo como sujeito ativo da sua própria história, não como um sofredor, um “pobre coitado”, um sujeito pacífico que a tudo aceita passivamente. Ao longo da história do nosso país, diversos foram os momentos que os trabalhadores se rebelaram e lutaram para conseguir melhores condições de vida e de trabalho. Nada lhes foi dado gratuitamente. Seus direitos foram conseguidos com base em muito conflito e negociação.
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