23 de mai. de 2008

Evo Morales: O problema é o capitalismo



Lima, 17 mai (PL) Se os povos latino-americanos querem terminar com a pobreza, a exclusão e a contaminação ambiental, têm que acabar com neoliberalismo e o capitalismo, advertiu aqui o presidente Evo Morales.

O mandatário marcou essa posição ontem à noite, numa coincidida concentração popular de encerramento da Cúpula Social paralela a reunião euro-latinoamericana de governantes, que se transformou num ato de solidariedade com a Bolívia, frente aos afanes desestabilizadores dos setores de direita.

Para acabar com os males citados e conseguir a justiça, há que acabar com o modelo neoliberal e com o capitalismo, assinalou em alusão aos temas da V Cúpula da América Latina e do Caribe – União Européia (ALC-UE), à qual assistiu ontem na capital peruana.

Para isso, apontou, as organizações sociais e os partidos de esquerda devem se unir e o povo deve se organizar para conseguir sua libertação, com honestidade, transparência e trabalho de bases, bem como vocação de serviço.

Morales referiu-se também às negociações de um Acordo de Associação entre a Comunidade Andina de Nações (CAN) e a União Européia (UE), tema do qual se falou muito na cúpula oficial.

Assinalou que seu governo está disposto a negociar muitas coisas, mas não o saque dos recursos bolivianos nem a privatização dos serviços básicos, que são parte dos direitos humanos.

O mandatário indígena lamentou que alguns presidentes estejam dispostos a essa privatização e até a permitir que as transnacionais patenteiem a biodiversidade de seus países, o que não vai ocorrer na Bolívia.

O discurso de Morales foi reiteradamente ovacionado pela multitudinária concentração realizada na central Praça Dos de Mayo, especialmente quando dedicou uma saúdação ao líder cubano Fidel Castro.

Morales referiu-se por outra parte à conspiração de algumas famílias e grupos econômicos que pretendem dividir a Bolívia, conspirar, agredir e provocar, com o apoio dos Estados Unidos, para derrocar ao seu governo, mas fracassarão, porque o processo boliviano não tem volta.

O líder do Partido Nacionalista Peruano (PNP), Ollanta Humala, respaldou as posições de Morales na Cúpula ALC-UE e assinalou que a "América Latina não quer livre comércio, senão comércio justo".

Humala e o secretário geral da Confederação Geral de Trabalhadores do Peru (CGTP) manifestaram também solidariedade com o líder e o povo da Bolívia, contra as tentativas de frustrar o processo de mudanças vivido pelo país vizinho.

Fonte: Agência Informativa Latinoamericana - Prensa Latina - 17/05/2008

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